sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Governador do Ceará e Irmao de Ciro Gomes diz: Professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro.

Governador do Ceará e irmao de Ciro Gomes, critica professores da rede estadual, em greve há 24 dias, e diz que quem quer dinheiro deve procurar outra atividade

Daniel Aderaldo, iG Ceará | 29/08/2011 21:07
 
O governador do Ceará,Cid Gomes (PSB), mandou um recado nesta segunda-feira (29) para os professores da rede estadual de ensino em greve há 24 dias - eles querem aumento de salário. Para ele, quem desenvolve atividade pública deve colocar o amor pelo que faz na frente do retorno financeiro. “Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro”, disse o governador.
A afirmação já havia sido atribuída a Cid Gomes por professores que participaram de uma negociação pelo fim da greve. Há uma semana o governador teria dito. “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado".
Quem está atrás de riqueza, de dinheiro, deve procurar outro setor e não a vida pública"
A imprensa pediu um “tira-teima” e Cid disse praticamente a mesma coisa, mas de uma forma mais branda.
“Isso é uma opinião minha que governador, prefeito, presidente, deputado, senador, vereador, médico, professor e policial devem entrar, ter como motivação para entrar na vida pública, amor e espírito público”, declarou. "Quem está atrás de riqueza, de dinheiro, deve procurar outro setor e não a vida pública”, completou.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Piauí: O estado de pobreza de um Estado rico

Por G1

Para chegar ao lugar é preciso atravessar um oásis no meio do sertão
Há água jorrando à vontade, porém muito mal aproveitada
Já foi o tempo em que o boi abria as fronteiras agrícolas pelo Brasil afora. Hoje cada vez mais é a soja que exerce esse papel. O cerrado do Piauí é uma nova fronteira agrícola e para chegar ao lugar é preciso atravessar um oásis no meio do sertão, com água jorrando à vontade, mas muito mal aproveitada.
A cidade de Bom Jesus é o principal centro comercial do sul do Piauí. No lugar tem 30 mil habitantes e fica a 640 quilômetros da capital Teresina, aos pés da serra de Uruçuí.
No topo, a 600 metros de altitude, fica o cerrado piauiense, uma nova fronteira agrícola desbravada pelos agricultores do Sul do país.
Mas antes de subir a serra, está o Vale do Gurgeia, um oásis no meio do sertão do Piauí.
No inverno nordestino, que na região vai de novembro a maio e não significa frio, mas chuva, ela vem com abundância. Toda a água alimenta um gigantesco aquífero subterrâneo.
O Dnocs, Departamento de Obras contra a Seca, perfurou vários poços. A água é de ótima qualidade e brota espontaneamente. Não é preciso bombeá-la. Por isso, os poços recebem o nome de poços jorrantes.
De todos os poços jorrantes do Vale do Gurgeia, o Violeta é o maior. Ele tem mil metros de profundidade e uma vazão de 800 mil litros de água.
O Violeta foi perfurado há 40 anos e tem capacidade para abastecer sozinho uma cidade de 260 mil habitantes ou irrigar uma área de 400 hectares. Mas entra governo sai governo e até agora a água não tem sido bem aproveitada.
Alguns poços alimentam as piscinas dos hotéis, onde a fartura de água do Vale do Gurgéia virou atração turística. Ao todo já foram perfurados 174 poços na região.

A maioria dos produtos vendidos na feira de Bom Jesus é do Vale do São Francisco, que a quase 500 quilômetros do lugar.
“Eu não sei por que está tão caro. Chuva não faltou. Água não falta. Tem muita produção. Nós estamos comendo esse que vem da Bahia, mas poderíamos produzir. Água nós temos suficiente e mão de obra também. Tem gente sem fazer na nada, na rua, jogando sinuca e não quer produzir as coisas para ficar mais barato. Pode ser falta de estímulo. O gestor teria de ter uma política voltada para estimular as pessoas a trabalhar”, diz a agricultora Aerolisa Rodrigues.
Em Teresina, capital do Piauí, o governador Wilson Martins falou sobre a falta de aproveitamento da água dos poços jorrantes. “Falta vocação do povo para o trabalho na agricultura irrigada. Ao longo dos anos, o estado do Piauí foi colonizado por vaqueiros. Essas pessoas se acostumaram e plantaram o que precisavam para comer e sobrasse algum tostão para comprar uma roupa ou um calçado. E se acomodaram desta forma. Não se muda a cultura de um povo da noite para o dia. Muda-se aos poucos”, explica.
Mas para espanto da população do Vale do Gurgeia, no alto da serra nem é preciso furar poço para produzir. Só com a água da chuva os agricultores gaúchos estão produzindo arroz, feijão, soja, milho e algodão.
O problema são as estradas que ligam o vale ao alto da serra. O pior trecho da estrada é a subida da Serra das Palmeiras, um caminho estreito e muito perigoso. Não é possível fazer o transporte de cargas pesadas pelo lugar. Na época de chuva forte a estrada fica interrompida.
As terras do cerrado são planas, do jeito que o gaúcho gosta para semear os grãos. Na região, é época de colheita da soja. Para todo lado se ouve o som das máquinas.
Os gaúchos trouxeram levaram para o lugar todos os recursos da agricultura moderna.
Aécio Pinheiro Lemos, filho dos antigos vaqueiros do Vale do Gurgeia, diz que eles nunca imaginaram que as terras do cerrado pudessem produzir alguma coisa. “Antes a gente colocava o gado no cerrado. Nós achávamos que o solo era muito fraco e não dava a pastagem e o plantio de capim. A gente nunca cultivo o cerrado”, justifica.
O solo é ácido, como em toda terra de cerrado. Mas a região tem calcário suficiente para fazer a correção.
As sementes de soja foram desenvolvidas pelos pesquisadores brasileiros para suportar o clima tropical. A chuva começa na hora certa para o plantio e desenvolvimento da soja, e diminui na colheita. Isso é muito bom porque os grãos podem ser armazenados na lavoura, sem passar pela secagem.
Muitos produtores depositam a safra em silos-bolsa feitos de lona plástica, onde o produto pode ficar até dois anos sem estragar.
A exploração da área começou há 18 anos numa gleba experimental de 200 hectares. Hoje, já são mais de 400 mil. A safra deste ano é estimada em 1,2 milhão de toneladas. Isso significa só 1,5% da safra brasileira de soja. Mas é suficiente para mudar a vida de muita gente.
As lavouras de soja se concentram no município de Uruçuí, que antes da chegada dos gaúchos era apenas uma cidadezinha perdida no mapa do Piauí. Hoje, ocupa o segundo lugar em arrecadação de impostos do estado.
Há oito anos, Uruçuí não tinha sequer uma escola de segundo grau. Hoje, conta com um campus da Universidade Estadual do Piauí. O engenheiro agrônomo Jodélcio Luz foi diplomado na primeira turma da universidade e encontrou trabalho na sede da maior empresa de armazenagem e beneficiamento de grãos do Piauí.
“Hoje, temos 83 funcionários diretos. É algo em torno de 63 parceiros. Noventa por cento dessa quantidade é mão de obra local. Isso prova a oportunidade e a expansão que a região está mostrando”, avalia.
A empresa, uma multinacional holandesa, esmaga 730 mil toneladas de soja por ano, o que representa cerca de 80% da safra colhida no estado. Os produtos são vendidos para o mercado nordestino. O farelo é transformado em ração animal. O óleo é refinado para o consumo humano.
Entusiasmado com o progresso da região, o piauiense Aldir Lages saiu de Teresina há oito anos e foi até Urucuí, onde abriu uma empresa de produção de combustível.
O gaúcho Altair Fianco participou das primeiras experiências de introdução da soja em Uruçuí. Ele diz que o maior desafio dos produtores da região é a questão ambiental. Na opinião dele, as reservas legais das propriedades devem ser demarcadas em bloco, unindo as áreas das fazendas. Isso aumenta o espaço para os animais transitarem e garante a biodiversidade. Foi o que ele e seus dois vizinhos fizeram. Juntando as três áreas, são 18 mil hectares de reserva legal averbados na escritura.
“A gente não entende divisa de propriedade como divisa de reserva. Esse é o espírito que queremos implantar da nossa reserva em conjunto. Eu vim para ganhar dinheiro. Seria hipócrita se dissesse o contrário. Mas não ganhar dinheiro a qualquer preço, a custo alto da natureza. Eu preciso ter a natureza como aliada e eu serei o maior defensor dela. No futuro, meus filhos e netos poderão usufruir do que eu deixei de bom para eles”, diz Fianco.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Em tempos de criança esperança!

Carta aberta a Renato Aragão 

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para
 enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências) porque achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim.
 Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de tanta insistência, me senti na obrigação de parar  tudo e escrever-lhe uma resposta.
 Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levaram a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse, poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos). Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em  sua formação.
Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com  muitas pessoas, mas  comigo não.
 Eu não sou ministra da educação, não ordeno as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do meu vizinho a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os11 anos, quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da família. Trabalhei muito, e te garanto trabalho não mata ninguém. Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma microempresária. Didi, talvez você não tenha noção do quanto o governo federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais  que o povo brasileiro merece e precisa. Os impostos no Brasil são altos demais, sem falar nos impostos embutidos em cada alimento, em cada produto que preciso comprar para a minha família.
Didi, eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende aos estudantes brasileiros com um ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável, portanto, recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas e necessidades sociais.
O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores dessa dinheirama toda não têm a educação como uma prioridade. O dinheiro está saindo pelo ralo, está sendo jogando fora ou muito mal aplicando. Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada refeição de um presidiário custa para  aos cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos), enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos). O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda?
Você diz também em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples de uma mensagem ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada, sim, ao Presidente da República. Ele é "o cara". Ele tem a chave do cofre. Eu e mais milhões de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha doação", que a "minha doação" faz toda  a diferença. Lamento discordar de você profundamente, meu caro Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 7,00, eu posso comprar 1 pacote de 5 quilos de arroz para alimentar minha família por um período de
 10 dias, ou posso comprar pão para o café da manhã por 5 dias.
Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 7,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações compulsórias mensais de 27,5% de tudo o que ganho e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.  Outrossim, você sabia que para pagar impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos, por exemplo, quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas, que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo?
 Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação  brasileira.
Outra coisa, Didi, mande uma carta para o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo para ele selecionar melhor os professores.
Só escolher quem de fato tem vocação para o ensino. Melhorar os salários desses
 profissionais também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa    da educação. Peça para ele também exigir que as escolas tenham horário integral, escolas em que as crianças possam, além de ler, escrever e fazer contas, também desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem, sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos obtidos com a arrecadação de impostos no Brasil.
Bem, meu caro Didi, você assina suas cartas com o pomposo título de "Embaixador Especial do UNICEF para as Crianças Brasileiras", e eu vou me despedindo assinando também com meu título não tão pomposo.
Atenciosamente,
 Eliane Sinhasique - "Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari".
P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal educada: vou rasgá-la antes de abrir e, em pensamento, mandá-lo à puta que o pariu.

sábado, 30 de julho de 2011

Trabalho escravo atinge 16 estados do Brasil

O Ministério do Trabalho divulgou ontem a lista de empregadores autuados por exploração de trabalho escravo. Quarenta e oito pessoas foram incluídas no cadastro e 15 tiveram o nome retirado do documento. No total, a lista de trabalho escravo tem 251 empregadores, espalhados por 16 Estados diferentes.
Segundo o site Repórter Brasil, dois dos novos integrantes da lista são mandatários municipais: José Rolim Filho (PV), mais conhecido como Zito Rolim, é prefeito eleito de Codó (MA); e Vicente Pereira De Souza Neto (PR) está à frente da Prefeitura de Toledo (MG).
Esse cadastro é atualizado a cada seis meses. Em dezembro do ano passado, 220 pessoas foram autuadas por manterem trabalhadores em condições análogas à escravidão.
“As fiscalizações continuam ocorrendo; há inclusão de fiscalizações que ocorreram em 2010, o que demonstra maior agilidade do Ministério do Trabalho e Emprego em analisar os autos de infração, impor multas e analisar recursos. Talvez a baixa reinserção da lista seja a prova de que o cadastro é viável e importante, uma forma que tem dado resultado”, afirmou o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, Guilherme Moreira.
Segundo Moreira, as principais causas da manutenção do nome no cadastro são a não quitação das multas, a reincidência na prática do ilícito e ações em trâmite no Poder Judiciário
Hoje, a maioria dos casos de exploração de trabalhadores ocorre no meio rural, principalmente nas Regiões Norte e Centro-Oeste. O Estado com maior ocorrência é o Pará, onde 62 empregadores foram autuados. Em uma única fazenda, no município de Cumaru do Norte, a 749 Km de Belém, 154 trabalhadores foram libertados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Justiça Brasileira - Parte II

TRF aceita denúncia e promotores viram réus no mensalão do DEM

Filipe Coutinho
De Brasilia

O TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) aceitou nesta quinta-feira denúncia contra os promotores do Distrito Federal Deborah Guerner e Leonardo Bandarra por participação no mensalão do DEM.
Os 13 integrantes da corte especial do TRF-1 foram unânimes para abrir ação penal contra Deborah Guerner, enquanto houve um voto contra tornar Bandarra réu.
Guerner e Bandarra, que estão afastados do cargo, agora são réus sob a acusação do crime de extorsão, em que supostamente teriam pedido propina de R$ 2 milhões ao ex-governador José Roberto Arruda. Em troca, não divulgariam o vídeo em que ele aparece recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa.
Deborah Guerner já havia sido presa temporariamente por ter apresentado atestados para provar que seria mentalmente insana, o que foi rejeitado pela Justiça. Assim como já ocorreu em outras ocasiões, a promotora saiu do julgamento e logo em seguida desmaiou, causando tumulto.
Reprodução/TV Globo
Deborah Guerner sai de sessão em meio a julgamento e desmaia; Justiça aceitou denúncia
Deborah Guerner sai de sessão em meio a julgamento e desmaia; Justiça aceitou denúncia
Boletim divulgado pela equipe médica do tribunal, no entanto, afirma que a promotora tomou um comprimido de Rivotril e ficou "estável", e pediu para ser conduzida até o carro em cadeira de rodas, "apesar de permanecer clinicamente bem".
EXPLICAÇÕES
Para fundamentar a abertura da ação penal, a relatora do caso, a juíza federal de segunda instância Mônica Sinfuentes, apresentou trechos de mensagens trocadas entre Durval Barbosa e Deborah Guerner, além de vídeos colhidos na casa da promotora e depoimentos de testemunhas, como Arruda.
"A denúncia formula, em tese, indícios que devem no mínimo merecer uma investigação mais aprofundada, o que poderá ser feita em ação penal. Estou convicta de que todos os denunciados têm no mínimo explicações a dar sobre a peça acusatória", disse a relatora.
Em relação a Bandarra, chefe do Ministério Público do DF durante o governo Arruda, a relatora disse que ele também tem participação na extorsão. "Percebe-se com facilidade que este participou do planejamento e da prática criminosa descrita na denúncia", disse a relatora.
O único voto contra abertura de ação contra Bandarra partiu do juiz federal de segunda instância Jirair Meguerian. "Esse julgamento é exclusivamente sobre a extorsão ao governador. E não há nada do Bandarra sobre isso, nenhuma informação sobre extorsão. Há indícios de formação de quadrilha para outros crimes e prevaricação, mas com a relação a extorsão não há nada concreto", disse.
Nesse processo do TRF-1, o ex-governador José Roberto Arruda figura como réu. Num dos depoimentos, ele disse que Deborah Guerner pediu R$ 2 milhões, "como forma de compensação" para não divulgar o vídeo em que aparece recebendo dinheiro.
OUTRO LADO
A defesa do promotor Leonardo Bandarra negou participação na extorsão do ex-governador. "As imagens de fato mostram Bandarra entrando e saindo da casa, de capacete sim. O que isso prova? Que eles tinham uma relação e frequentava a casa dela. Isso está longe de provar que ele tenha planejado a extorsão ao governador. Não existe nenhuma prova concreta", afirmou a advogada Gabriela Benfica.
Os advogados de Deborah Guerner questionaram o trabalho dos procuradores que ofereceram a denúncia. "Sonegaram provas, prenderam inclusive um ex-governador à força e depois oferecem a denúncia e se dizem desinteressados. Tão interessados foram que sonegaram a prova e a deixaram nas gavetas", disse o advogado Paulo Sérgio Ferreira Leite.
O TRF-1 marcou para o dia 18 de agosto a acusação de formação de quadrilha e violação do sigilo funcional.

Justiça Brasileira - Parte I

Ministro do STF participa de casamento de advogado dos Nardoni, na Itália

Por Redação Yahoo! Brasil | Yahoo! Notícias

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli faltou a um julgamento para participar do casamento do advogado criminalista Roberto Podval na ilha de Capri, ao Sul da Itália. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo” desta sexta-feira (22).
   
Toffoli (à esquerda) faltou à sessão no Supremo para ir a casamento de Podval (à direita), na Itália
Toffoli (à esquerda) faltou à sessão no Supremo para ir a casamento de Podval (à direita), …
Toffoli é relator de dois processos nos quais o criminalista atua como defensor e já atuou em outros dois casos de Podval, advogado de Sérgio Gomes da Silva (acusado de matar o prefeito petista Celso Daniel), e do casal Nardoni, condenado por matar a filha.

A legislação brasileira prevê que o juiz deve se declarar impedido por suspeição caso seja “amigo íntimo” de uma das partes do processo. Ou seja, ele não é proibido de ter amizade com qualquer pessoa, mas deve sair dos casos em que possa sofrer influência por conta dessa relação.

A cerimônia aconteceu no dia 21 de junho. No dia seguinte, oito ministros do Supremo votaram o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço prestado, em Brasília. Toffoli faltou à sessão.

A reportagem da “Folha” diz que os noivos ofereceram aos 200 convidados dois dias no Capri Palace Hotel. As diárias no hotel cinco estrelas vão de R$1,4 mil a R$13,3 mil. Mas, Toffoli não quis esclarecer se os gastos com a viagem foram cortesias do noivo. “É importante esclarecer que a viagem do ministro foi de caráter estritamente particular. Diante desse fato, ele se reserva o direito de não fazer qualquer comentário sobre seus compromissos privados”, disse a assessoria do ministro.

Podval também se recusou a dar qualquer esclarecimento sobre o assunto. " Sobre ele ou qualquer convidado, eu não respondo, não tem sentido. É até indelicado da sua parte (a pergunta). É uma matéria (da Folha) de muito mau gosto", lamentou Podval..

Senado tentou apagar impeachment de Collor (PTB-AL) de sua história

O escândalo

O Senado reinaugurou galeria que conta a história da Casa em 30.mai.2011 sem o episódio em que Fernando Collor (PTB-AL), hoje senador, foi retirado da Presidência da República por um impeachment. O caso ganhou ampla repercussão no mesmo dia da abertura da mostra, inclusive nos jornais “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”.

O local da exposição, conhecido como túnel do tempo, é um corredor situado entre a entrada do plenário do Senado e um dos locais da Casa com gabinetes de senadores. “Em 2007, às vésperas da posse de Collor no Senado, a Casa já havia retirado às referências ao caso, mas depois recuou e devolveu as imagens”, lembrou
texto publicado no site da “Folha de S.Paulo” em 30.mai.2011.

A nova exposição foi elaborada pela Subsecretaria de Criação e Marketing da Casa. O fato omitido é que, em dezembro de 1992, o Senado aprovou a perda do mandato presidencial de Collor e a perda de seus direitos políticos.


Outro lado

Na tentativa de explicar a situação, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) disse que impeachment foi um “acidente” que “não deveria ter acontecido”.

A “Folha” publicou a seguinte declaração de Sarney: "Não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Agora, eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que construíram as história e não os que de certo modo não deviam ter acontecido".

O que aconteceu?

Diante da péssima repercussão do episódio, José Sarney (PMDB-AP) mandou recolocar o impeachment de Collor (PTB-AL) na exposição sobre o Senado em 1.jun.2011 –um dia após reinaugurar a mostra e dizer que o impeachment foi um acidente. O site do jornal “O Estado de S. Paulo” publicou notícia com a decisão de Sarney em 1º.jun.2011.