quinta-feira, 25 de julho de 2013

Paulo Afonso: A redenção do Nordeste - 55 anos


Delmiro deu a idéia, Apolônio aproveitô, Getúlio fez o decreto e Dutra realizô.
O presidente Café a usina inaugurô, e gracas a esse feito de homens que tem valô
meu Paulo Afonso foi sonho que já se concretizô.
Olhando pra Paulo Afonso eu louvo nosso engenheiro, louvo o nosso cassaco, caboclo bom verdadeiro.
Oi! Vejo o nordeste erguendo a bandeira de ordem e progresso a nação brasileira, vejo a industria gerando riqueza findando a seca salvando a pobreza, ouco a usina feliz mensageira dizendo na força da cachoeira.
O Brasil vai, o Brasil vai
O Brasil vai, o Brasil vai
Vai, vai, vai, vai, vai, vai

Piranhas: Sertão de Alagoas










domingo, 14 de julho de 2013

A saúde e a vida à venda

Por: Gercinaldo Moura
 O principio mais razoável para a existência do Estado é, ou pelo menos deveria ser a representação dos interesses do seu povo, mas a realidade nos revela um Estado, ao longo de nossa História, representativo dos interesses básicos das classes dominantes, onde na maior parte desta História, os direitos concedidos aos cidadãos são regulados de acordo com suas posses, sendo o Estado um organismo de proteção aos que possuem contra os que nada possuem, ou nas palavras de Rosseau: “controlados pelos maus governos, o sistema jurídico do Estado somente serve para manter o pobre na sua miséria e o rico na sua usurpação. Na realidade as Leis são sempre úteis aos que muito possuem e prejudicam aos que nada tem”.
É possível perceber explicitamente esta face escandalosamente brutal do governo nas negociações com as administradoras dos planos de saúde, que visam uma subordinação da saúde ao mercado como simples produto.
Esse mundo de monopólios, no qual o lucro tem primazia sobre a vida não é o mundo possível pelo qual a sociedade civil objetiva. A saúde deve ser reconhecida como direito universal e fundamental e as políticas públicas precisam ser elaboradas para promover acesso a ela, com qualidade e democracia.
Afirmar esse aspecto como um direito humano, discutir políticas públicas para essa área deve ser visto não como virtude de um governo, mas como uma obrigação do estado e um direito do ser humano.
 A compreensão de que a saúde é um serviço que pode ser prestado pelo mercado é considerado o maior perigo das atuais reformas dos sistemas de saúde.
O cenário acima descrito aponta para o retrocesso dos tímidos avanços nas negociações que visam o equilíbrio entre comércio e saúde, entre os países da OMC, que culminaram com a Declaração de Doha em 2001, sobre a saúde pública e acesso a medicamentos, estabelecendo a saúde pública como primazia sobre os interesses comerciais.
É lastimável a placidez da nossa postura diante da prepóstera intervenção do governo no mercenarismo ilícito das operadoras de plano de saúde, porque mesmo quem paga não tem certeza do direito atendido precisamente pelos planos de saúde.
Portanto, aquele que deveria deferir uma política de saneamento das necessidades do povo vem construindo uma agenda de luta em favor da privatização da saúde, nos tornados em expectadores de uma política de legitimação da saúde pública como um mero produto de mercado.
O Governo “não tem dinheiro” para aplicar no sistema público de saúde mas beneficia empresas operadoras de planos com diversas isenções fiscais, sem o ressarcimento previsto em Lei, e ainda paga planos de saúde para o funcionalismo público. Apesar do governo não investir o suficiente no SUS para que ele cumpra seus propósitos, significativas somas de recursos públicos são aplicadas – direta ou indiretamente – nas administradoras de planos de saúde, o que significa uma apropriação indébita do público pelo privado.
Em vez de estar discutindo e promovendo os interesses econômicos insaciáveis destes mercenários, em detrimento de uma solução para o deficiente estado da saúde pública, deveria o governo voltar-se para discutir alternativas concretas ao modelo neoliberal proposto pelos acordos de livre comércio - que tratam a saúde como mercadoria - e assumir sua obrigação revertendo nossos impostos para a saúde como um bem público, de modo que garanta um sistema de saúde público com médicos,  medicamentos e equipamentos.
Mas as condições médicas do dia a dia evidenciam, claramente, a falta de decisão política por parte do governo, que tem a obrigação, embora não cumprida, de contribuir para um melhor acesso de todas as pessoas aos medicamentos que podem, inclusive, salvar suas vidas.
Com verdadeira vontade política, o governo poderia contribuir significativamente para que a saúde pública alcançasse uma boa qualidade. Soluções criativas e radicais deveriam ser criadas em todos os níveis de poder, para assegurar saúde de interesse público e a dignidade humana.
Dessa maneira, certamente ele (o governo), não precisaria preocupar-se em, supostamente, controlar a fome monetária destas rapinas, pois o próprio governo seria o parâmetro para o setor privado de saúde, se é que haveria necessidade de alguém recorrer a ele (setor privado) com um atendimento de saúde publica equivalente a honra dos tributos dos cidadãos.       


Gercinaldo moura é Professor da UFAL, tem artigos publicados em Revistas Cientificas e Sites Especializados. E-mail: gercinaldomoura@yahoo.com.br


sábado, 13 de julho de 2013

Propagandas eleitorais: A caixa de maquiagem dos candidatos



Gercinaldo Moura*
                       Os candidatos contratam o marketing para a produção de suas campanhas e programas eleitorais, como se fossem vender um produto comercial. Porque não contratam quem conhece os problemas da sociedade?
A resposta para tal questão é relativamente simples. O objetivo de suas propagandas e campanhas é criar um disfarce para suas reais intenções; apresentar para o povo a imagem da pessoa que ele não é; mostrar as propostas que ele próprio sabe que não são verdadeiras, que são inexeqüíveis. Se as propostas fossem apresentadas com seus verdadeiros objetivos, ele sabe que sua candidatura seria mais forte a uma vaga no banco dos réus do poder judiciário, do que a uma cadeira no poder executivo ou legislativo.
 A propaganda eleitoral, como é feita, desinforma e deforma a opinião do povo, serve apenas para o candidato, que só quer o voto do povo para se servir do poder. Ela é feita sem nenhum compromisso e nenhuma seriedade, agride a inteligência e desrespeita a honestidade do eleitor.  
Não existe propaganda eleitoral gratuita. Ela é bancada com insenções de impostos, que se destinariam  a serviços para o povo.
Com essa “propaganda gratuita” os candidatos se aproveitam para tirar alguns votos das pessoas como um malandro que “passa a mão” num objeto de alguém que “tá de bobeira”.
A propaganda eleitoral disfarça-se de democracia e dá ao candidato os direitos da publicidade que se transforma em um festival de desrespeito com o eleitor.
Nas ruas: Barulho, mentiras, sujeiras. Na TV: Candidatos robotizados, com o rosto e os planos maquiados, ocupando simultaneamente todos os canais de TV.
Candidatos que usam um marketing moderno com idéias distorcidas da realidade, para fins de objetivos inescrupulosos e escusos.
É possível uma propaganda verdadeiramente democrática para o povo e mais autêntica por parte do candidato?
Que tal entrevistas e debates sem maquiagens, nos veículos de comunicação, nas Universidades e outros locais públicos? Candidatos enfrentando sua própria História, o que realmente ele, e o que quer!
Precisamos de homens e mulheres sem maquiagens, com espírito público, com liderança, com planos e propostas tão sério como eles próprios deveriam ser.


* Professor da UFAL; www.gercinaldomoura.bolgspot.com    Twitter: @gercinaldomoura    

Quem trabalha muito não sabe de nada!


Gercinaldo Moura*

Quem trabalha não tem tempo pra aprender, quem não aprende não pode entender muito. Daí que o trabalho pode dignificar o homem, mas também pode brutaliza-lo.
Na Grécia antiga alguns homens não trabalhavam, ocupavam as ágoras para discutirem temas inerentes ao próprio homem como justiça, verdade, ética e outros. Mas, lá ficavam apenas os que tinham o privilegio do tempo desocupado. A aqueles que precisavam trabalhar para sua sobrevivência, sob o rigor das regras e jornada das relações do seu trabalho, restava apenas o conhecimento pelo pouco do que se ouvia falar.
O que hoje conhecemos como escola, teve seu embrião formado na antiga Grécia. A palavra escola tem origem no grego: Scholé, que significa “lugar do ócio”.
Sócrates não se ocupou muito com trabalho em sua vida, alias nem mesmo sequer escreveu alguma obra.
Ao longo do tempo outros homens precisaram, mesmo contra sua vontade, tornar-se um desocupado para tornar-se brilhantes com suas obras: Como  é o caso de Maquiavel, que após ser demitido do governo, desolado e desocupado em seu sitio, criou a obra mais importante para a ciência política: O príncipe.
Somente através da desocupação ou, para quem preferir, a redução do trabalho pode levar o homem a produção do conhecimento, ou seja, o ócio intelectual produtivo, privilegio de quem “não trabalha”, pelo menos em regime de escravidão, e tem tempo para pensar.
Desde os tempos mais remotos aos dias atuais, a escola se reservou como um espaço privilegiado para aqueles que podem exercer o ócio intelectual, e tem que ser assim.
A entrada de pessoas das camadas mais baixa nas escolas é um fato relativamente recente. Na universidade, então, muito mais recente. No Brasil os cursos universitários, tradicionalmente, sempre funcionaram diuturnamente e as pessoas tinha que trabalhar nestes horários, portanto quem trabalha não aprende, aprender é privilegio para quem é desocupado, ou melhor, ocioso!
Enfim, quem “trabalha muito”, “não sabe de nada”!!
Talvez se os trabalhadores, no Brasil, trabalhassem menos, pudessem estudar mais, e descobrir coisas... 


* Professor da UFAL.

sábado, 6 de julho de 2013

Os políticos não entenderam o recado!

Publicado por (extraído pelo JusBrasil)
 
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Nada ilustra mais exemplarmente o que as ruas brasileiras estão criticando do que o uso recente de dois aviões da FAB para viagens particulares e festivas do presidente do Senado Renan Calheiros (ele mesmo!) e do presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (ambos do PMDB) para exibição de poder e deleite pessoal de familiares e apaniguados.
O tristemente famoso Calheiros requisitou um avião para ir de Maceió a Porto Seguro às 15h do dia 15 de junho, um sábado. Ele participou do casamento da filha mais velha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), na praia de Trancoso. O voo de volta foi às 3h da manhã do domingo, para Brasília.
E o até então menos conhecido Alves requisitou outro avião da FAB no fim-de-semana passado, partindo de Brasília para ir buscá-lo em Natal (RN), a fim de levá-lo na companhia da noiva e de outros apaniguados ao Rio de Janeiro, onde ficaram de sexta a domingo para, entre outras coisas, assistirem Brasil 3 x Espanha 0. Na noite dominical, a aeronave fez o caminho de volta à capital potiguar e de lá retornou a Brasília.
Mais do que reformas políticas, mais do que plebiscitos ou Assembleias Constituintes, o clamor das ruas está pedindo uma nova postura de nossos homens públicos, uma nova maneira de se relacionar com a coisa pública e de respeitar os brasileiros.
Em vez de uma reforma política proposta como a solução mágica para os problemas, o que o povo quer é mais eficiência e transparência no gasto público de todos os que têm mandato. Com os exemplos partindo justamente dos presidentes.
É cada vez mais comum no Poder, no Brasil, a ideia canhestra de que o que é público pode ser usado pela autoridade da ocasião como se seu fosse, sem que se faça a ligação entre os gastos públicos e a falta de investimentos no que realmente importa.
Se os políticos não sabem, vale repetir o clamor das ruas: o povo quer educação, saúde, transportes urbanos e segurança pública. E zero de corrupção!
Outros detalhes
* Renan Calheiros, depois de se fazer de cego diante de um abaixo assinado com mais de 1,5 milhão de assinaturas que pediam a sua saída da presidência, diz que "é preciso ouvir o povo nas ruas". E chegou a propor que, se o povo quisesse, o prazo de um ano antes das eleições para fazer mudanças nas regras eleitorais poderia ser alterado. Uma posição irresponsável para conseguir o apoio daqueles que o querem fora do poder.
* Foi por meio de uma foto no Instagram que se descobriu que a família do deputado Alves estava no Maracanã, assim como, anos atrás, foi pelo Orkut que, em 2004, soube-se que o filho do então presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, organizou uma excursão de amigos ao Alvorada, com direito a uso de um avião da FAB para transportá-los a Brasília e passeio de lancha oficial pelo Lago Paranoá. Várias mensagens foram postadas nos blogs com fotos posadas ao lado do avião e na lancha.
* No governo Fernando Henrique Cardoso, longe ainda dos Facebooks da vida, a farra com jatos da FAB foi um dos principais escândalos, denunciado pelos jornais. Pelo menos seis ministros, um procurador-geral da República e um deputado usaram aeronaves da FAB para ir com as famílias, de férias, para Fernando de Noronha. A "farra dos jatinhos", como ficou conhecido o episódio, gerou processos, e os políticos foram condenados a ressarcir os gastos. Não se sabe se pagaram. Mas os maus exemplos continuaram.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Desenvolvimento e ciências humanas



Por Gustavo Lins Ribeiro - Para o Valor, de Brasília
A exclusão das ciências sociais e humanas do programa Ciência sem Fronteiras torna necessário explicitar sua importância estratégica. Desenvolvimento é promessa de bem-estar e corrida competitiva. Claro que para estarmos bem necessitamos de condições materiais adequadas. Talvez por isso sempre que se fale de desenvolvimento se pense, primeiro, em condições materiais e, depois, em saúde. Mas, como o desenvolvimento sempre se dá de forma desigual e combinada, é comum existirem lugares que proveem melhor bem-estar material e saúde do que outros. Dessa forma, se deseja aquilo que foi feito em algum outro local para que possamos igualar-nos em uma competição que parece não ter fim. As engenharias, com seu interesse imediato voltado ao tecnológico e ao mundo das coisas e seu funcionamento, assim como as ciências da vida e da terra, estão diretamente relacionadas a tais desideratos.
Mas de que valem saúde e infraestrutura invejáveis se as pessoas não se localizarem no mundo em que vivem, se não souberem o que fazer de suas condições imediatas? Pior ainda, como chegar a esse mundo supostamente aconchegante e perfeito se não tivermos pessoas que consigam operá-lo, criticá-lo e contribuir para o seu aperfeiçoamento? Afinal, "desenvolvimento" ocorre em situações específicas, em lugares com pessoas, histórias e culturas concretas. Operar (n)esse mundo, vivê-lo, imaginá-lo para aperfeiçoá-lo, não são tarefas redutíveis às técnicas e aos laboratórios. Inovação e criação implicam condições sociais e subjetivas incapazes de ser determinadas por fórmulas ou por tabelas de elementos químicos.
Desenvolvimento é um objetivo mundial. Mas, pela via pacífica e democrática, como alcançá-lo sem conhecer a cultura, as relações sociais, econômicas, a política e a história do povo que deve abraçá-lo? Aqui, não adianta chamar engenheiros, biólogos, matemáticos, químicos ou físicos. É óbvio que a vida social, cultural, política e psíquica, com sua imensa complexidade, não se reduz a átomos, a estradas, portos, hidrelétricas ou estádios. O desenvolvimento de um país, de suas diferentes regiões ou de uma localidade não pode ser pensado apenas como um problema de engenharia, de biologia ou de agronomia. Se assim o fosse, ao lado de cada grande projeto de desenvolvimento ou de cada grande plantação de soja engenheirada haveria um paraíso.
Momentos de crises políticas como o que atravessamos tornam óbvia a necessidade por pensadores do social
As ciências sociais e humanas - e também as artes - são fundamentais para o desenvolvimento, porque ele envolve múltiplas dimensões do humano, da nossa experiência com os outros, do nosso entendimento do que é a boa vida, do que é o certo e errado no coletivo político e social, das normas que implementamos para lidar com as nossas diferenças e com os conflitos internos e externos ao país. Um país sem história, sem memória, sem literatura, sem arte, sem intérpretes de suas características culturais, sociais, econômicas, jurídicas, psicológicas, seria apenas uma colônia dos pensamentos de outrem. Em tal cenário, não pode haver inovação, porque aqueles que não pensam coletiva e diferenciadamente por si mesmos nada criarão.
Na verdade, "desenvolvimento" enquanto categoria fundamental da vida política situa-se plenamente no reino das humanidades. Quando se trata de transformar e aperfeiçoar o conteúdo da ideia de desenvolvimento enquanto discurso programático a ser implementado por todos, Estado e sociedade civil, a capacidade de inovação vem das ciências sociais e humanas, com seus compromissos com a igualdade e o bem-estar coletivo, como provam reiteradamente os debates sobre inclusão social que terminam por se concretizar em experiências como o Bolsa Família ou em posicionamentos sobre a necessidade de distribuição de renda, de respeito à diferença e defesa do ambiente.
Como "desenvolvimento" não paira acima da vida social, é afetado profundamente pelas ideologias e utopias do seu tempo e, aqui, de novo, as humanidades cristalizam e operacionalizam novas formulações, como ilustram as concepções de desenvolvimento humano, de desenvolvimento como liberdade e as lutas por direitos humanos.
Não resta dúvida de que desenvolvimento implica transformações e aperfeiçoamentos materiais e que o país precisa de mais cientistas e engenheiros. Mas mudanças nas subjetividades, nos contextos e relações sociais; aperfeiçoamentos institucionais, normativos; o aumento do entendimento da complexidade lógica, estética, cultural, econômica e política do mundo contemporâneo são tão importantes quanto transformações materiais.
O que seria de um país "desenvolvido" sem antropólogos e sociólogos para compreender suas desigualdades, suas diferenças, seus contrastes, formular imagens, narrativas e soluções para nós mesmos? Sem cientistas políticos que discutam a vida política e institucional? Sem pesquisadores de relações internacionais que debatam as novas inserções no mundo globalizado? Imaginem se não houvesse advogados para manter e aperfeiçoar o estado de direito, economistas e administradores para compreender e gerir a vida econômica e institucional, historiadores que perscrutassem nosso passado, psicólogos que se dedicassem à nossa saúde mental, estudiosos da literatura, jornalistas, geógrafos, linguistas, músicos, pintores, atores.
A lista é extensa e poderia em muito ser ampliada. Ao mesmo tempo, é preciso rever a concepção de inovação como um fenômeno exclusivamente restrito ao laboratório. Inovação depende de uma economia criativa, na qual a intelectualidade e os artistas, os especialistas do humano e da imaginação, têm papel central.
O Brasil certamente seria um país menor, menos imaginativo, sem Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Josué de Castro, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Jorge Amado, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Cora Coralina, Celso Furtado, Sobral Pinto, Nise da Silveira, Florestan Fernandes, Milton Santos, para mencionar uns poucos entre os nossos mais brilhantes intelectuais já mortos.
Momentos de crises políticas como o que atravessamos tornam óbvia a necessidade por pensadores do social. Um país sem inteligência nas áreas de humanas se reduz a uma visão material que, ainda que necessária, sozinha é pobre e está longe de esgotar qualquer concepção de bem-estar social e felicidade que inclua as pessoas e a vida social como totalidades complexas.
Gustavo Lins Ribeiro é presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs)