segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Piranhas/AL Brasil


Hobbes, Locke e Rousseau

Hobbes acreditava que o contrato foi feito porque o homem é o lobo do próprio homem. Há no homem um desejo de destruição e de manter o domínio sobre o seu semelhante (competição constante, estado de guerra). Por isso, torna-se necessário existir um poder que esteja acima das pessoas individualmente para que o estado de guerra seja controlado, isto é, para que o instinto destrutivo do homem seja dominado. Neste sentido, o Estado surge como forma de controlar os "instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos. Os cidadãos devem transferir o seu poder ao governante, que irá agir como soberano absoluto a fim de manter a ordem.

Locke parte do princípio de que o Estado existe não porque o homemé o lobo do homem, mas em função da necessidade de existir uma instância acima do julgamento parcial de cada cidadão, de acordo com os seus interesses. Os cidadãos livremente escolhem o seu governante, delegando-lhe poder para conduzir o Estado, a fim de garantir os direitos essenciais expressos no pacto social. O Estado deve preservar o direito à liberdade e à propriedade privada. As leis devem ser expressão da vontade da assembléia e não fruto da vontade de um soberano. Locke é um opositor ferrenho da tirania e do absolutismo, colocando-se contra toda tese que defenda a idéia de um poder inato dos governantes, ou seja, de pessoas que já nascem com o poder (por exemplo, a monarquia).

Rousseau  considera que o ser humano é essencialmente bom, porém, a sociedade o corrompe. Ele considera que o povo tem a soberania. Daí, conclui que todo o poder emana (tem sua origem) do povo e, em seu nome, deve ser exercido. O governante nada mais é do que o representante do povo, ou seja, recebe uma delegação para exercer o poder em nome do povo. Rousseau defende que o Estado se origina de um pacto formado entre os cidadãos livres que renunciam à sua vontade individual para garantir a realização da vontade geral. Um tema muito interessante no pensamento político de Rousseau é a questão da democracia direta e da democracia representativa. A democracia direta supõe a participação de todo o povo na hora de tomar uma decisão. A democracia representativa supõe a escolha de pessoas para agirem em nome de toda a população no processo de gerenciamento das atividades comuns do Estado. 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Espíritos Desviantes

Quando seremos Espíritos Desviantes revelados?
Segundo Morin: Os Espíritos desviantes são aqueles que, contra tabu e a censura, fingiram concordar com aquilo em que não acreditavam, para salvar aquilo em que acreditavam. Pode-se entendê-los como sujeitos que não obedeceram ao determinismo cultural - e até científico - mas surgiram nas brechas abertas, ou que abriram no determinismo.
Um conhecimento que se quer autônomo e emancipado, pronto para romper com as normalizações e imposições culturais, deve apresentar-se de maneira complexa, isto é, deve ser aberta a crítica (auto), e que ultrapasse os limites teóricos e metodológicos e o rigor científico, que possa estabelecer um dialogo com outros saberes - união do pensamento científico com o humanístico ( trans).
Extraído do texto de: André Wagner Rodrigues - Resenha: O método 4, de Edgar Morin.