segunda-feira, 9 de junho de 2014

O esquerdista fanático e o direitista visceral: dois perfeitos idiotas


Direitista visceral e esquerdista fanático – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo

Por Frei Betto
Nada mais parecido a um esquerdista fanático, desses que descobrem a nefasta presença do pensamento neoliberal até em mulheres que o repudiam, do que um direitista visceral, que identifica presença comunista inclusive em Chapeuzinho Vermelho.
Os dois padecem da síndrome de pânico conspiratório. O direitista, aquinhoado por uma conjuntura que lhe é favorável, envaidece-se com a claque endinheirada que o adula como um dono a seu cão farejador. O esquerdista, cercado de adversários por todos os lados, julga que a história resulta de sua vontade.
Frei Betto: “Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista”.
O direitista jamais defende os pobres e, se eventualmente o faz, é para que não percebam quão insensível ele é. Mas nem pensar em vê-lo amigo de desempregados, agricultores sem terra ou crianças de rua. Ele olha os deserdados pelo binóculo de seu preconceito, enquanto o esquerdista prefere evitar o contato com o pobre e mergulhar na retórica contida nos livros de análises sociais.
O esquerdista enche a boca de categorias teóricas e prefere o aconchego de sua biblioteca a misturar-se com esse pobretariado que nunca chegará a ser vanguarda da história.
O direitista adora desfilar suas ideias nos salões, brindado a vinho da melhor safra e cercado por gente fina que enxerga a sua auréola de gênio. O esquerdista coopta adeptos, pois não suporta viver sem que um punhado de incautos o encarem como líder.
O direitista escreve, de preferência, para atacar aqueles que não reconhecem que ele e a verdade são duas entidades numa só natureza.
O esquerdista não se preocupa apenas em combater o sistema, também se desgasta em tentar minar políticos e empresários que, a seu ver, são a encarnação do mal.
O direitista posa de intelectual, empina o nariz ao ornar seus discursos com citações, como a buscar na autoridade alheia a muleta às suas secretas inseguranças. O esquerdista crê na palavra imutável dos mentores do marxismo e não admite outra hermenêutica que não a dele.
O direitista considera que, apesar da miséria circundante, o sistema tem melhorado. O esquerdista vê no progresso avanço imperialista e não admite que seu vizinho possa sorrir enquanto uma criança chora de fome na África.
O direitista é de uma subserviência abjeta diante dos áulicos do sistema, políticos poderosos e empresários de vulto, como se em sua cabeça residisse a teoria que sustenta todo o edifício de empreendimentos práticos que asseguram a supremacia do capital sobre a felicidade geral.
O esquerdista não suporta autoridade, exceto a própria, e quando abre a boca plagia a si mesmo, já que suas minguadas ideias o obrigam a ser repetitivo. O direitista é emotivo, prepotente, envaidecido. O esquerdista é frio, calculista e soberbo.
O direitista irrita-se aos berros se encontra no armário a gola da camisa mal passada. Dedicado às grandes causas, as pequenas coisas são o seu tendão de Aquiles.
O direitista detesta falar em direitos humanos, e é condescendente com a tortura. O esquerdista admite que, uma vez no poder, os torturados de hoje serão os torturadores de amanhã.
O direitista esbraveja por ver tantos esquerdistas sobreviverem a tudo que se fez para exterminá-los: ditaduras militares, fascismo, nazismo, queda do Muro de Berlim, dificuldade de acesso à mídia etc. O esquerdista considera o direitista um candidato ao fuzilamento.
Direitista e esquerdista – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo.
Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista. Quero todos com acesso a pão, paz e prazer, sem que os direitistas queiram reservar tais direitos a uma minoria, e sem que os esquerdistas queiram impedir os direitistas de acesso a todos os direitos – inclusive o de expressar suas delirantes fobias.
Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.

domingo, 25 de maio de 2014

TORTURA (DOS NÚMEROS) NUNCA MAIS!!!




As pesquisas influenciam de maneira determinante o resultado das eleições.
Dizem os matemáticos que os números não mentem. Eu posso até, mais ou menos, concordar, mas faço algumas ponderações.
Sob tortura, os números dizem tudo o que querem os chefes políticos, que o povo ouça.
O pior é que a tortura é tão bem planejada que não caracteriza resultados falsificados, ou mesmo alterados. Os resultados são teoricamente corretos, e é por isso que não podem ser julgados como falsos ou ilegais. O problema está nos métodos das pesquisas, ou seria melhor dizer, nos métodos de tortura aos quais os números são submetidos para obter os resultados desejados.
Assim sendo, a tortura ao povo chega pela representação “ilegítima” de uns políticos eleitos por uma sutil estratégia de influencia eleitoral: A pesquisa.
Como diz meu bom amigo Gilbergues Soares: Torturando números para obter resultados.

terça-feira, 6 de maio de 2014

A conjuntura política e o papel da grande mídia

Por Francisco Fernandes Ladeira em 29/04/2014 na edição 796
Gramsci já dizia que, em épocas de crise das tradicionais organizações partidárias de direita, a grande imprensa assumiria o papel de principal partido politico das forças conservadoras. No Brasil, pelo menos desde 2002, com a chegada do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, a direita têm decaído progressivamente nas eleições. Sendo assim, impossibilitadas de voltar ao poder máximo da nação pelo voto popular, as principais lideranças conservadoras vêm buscando vias extraparlamentares, como a mídia e o Supremo Tribunal Federal, para influenciar nas principais decisões políticas do país.
Corroborando as teses gramscianas, a grande mídia brasileira (o oligopólio formado pelas famílias Marinho, Frias, Mesquita e Saad) vem promovendo uma intensa campanha contra o atual governo e, por outro lado, tem obliterado casos de corrupção envolvendo políticos da oposição.
Vejamos alguns exemplos recentes. Enquanto o julgamento da Ação Penal 470, mais conhecida como “mensalão petista”, teve ampla cobertura midiática (com o ministro Joaquim Barbosa alçado ao status de herói nacional), o chamado “mensalão tucano”, encabeçado por Eduardo Azeredo, praticamente não foi mencionado nos principais veículos da imprensa tupiniquim. A mesma mídia que noticia sistematicamente a polêmica compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) pela Petrobrás, se calou diante das irregularidades ocorridas nas privatizações realizadas pelo governo FHC.
Já as notícias sobre as relações do doleiro Alberto Yousseff com políticos governistas e oposicionistas demonstram claramente o verdadeiro direcionamento ideológico da mídia hegemônica. Após uma reportagem da Folha de S.Paulo que denunciou os negócios ilícitos entre Alberto e o deputado petista André Vargas, teve início uma intensa campanha midiática para que o caso fosse devidamente apurado. Tais atitudes seriam extremamente elogiáveis se fossem aplicadas a qualquer tipo de situação.
Objetivos políticos
Pois bem, de acordo com investigações realizadas pela prefeitura de Maringá (PR), o doleiro em questão também é acusado de financiar campanhas de vários políticos paranaenses, entre eles o senador Álvaro Dias, do PSDB. Entretanto, sobre este assunto nenhuma palavra na mídia hegemônica. Dois pesos, duas medidas. Por que não há denúncias na imprensa contra o político tucano?
Portanto, não é preciso um extenso exercício hermenêutico para constatar o caráter tendencioso da grande mídia brasileira. Evidentemente que não há discurso que seja completamente neutro. Contudo, lembrando um clássico pensamento de Alberto Dines, a imprensa de nosso país transforma meras reportagens em verdadeiros editoriais. Coberturas jornalísticas que deveriam se limitar apenas à transmissão de informações ou a relatos dos fatos tornam-se, sob o prisma midiático, mecanismos para escoar uma determinada agenda política.
Em suma, a “campanha anticorrupção” promovida pelos grandes veículos de comunicação, apesar de aparentemente bem intencionada, não possui objetivos morais, mas exclusivamente políticos. Trata-se somente de uma ofensiva de setores direitistas contra o governo do PT e tem como principal escopo fazer com que os tradicionais partidos que representam as forças conservadoras retomem seus cargos que foram perdidos nos últimos processos eleitorais. Diante dessa realidade, não é por acaso que o acrônimo PIG – partido da imprensa golpista – tem estado cada vez mais em voga no Brasil.
“Coronelismo midiático”
Por outro lado, o Partido dos Trabalhadores, ao buscar se perpetuar no poder máximo da nação, atrelou-se ao que há de mais reacionário na política nacional e assim, ao contrário dos governos venezuelano e argentino, nada pode fazer para acabar com a vergonhosa concentração midiática que há em nosso país.
Desse modo, diante da inércia governamental, é preciso que os setores progressistas se engajem em campanhas que reivindiquem a completa democratização dos meios de comunicação para que os diferentes segmentos sociais possam construir (como afirmava o supracitado Gramsci) seus próprios mecanismos de contra hegemonia.
Em última instância, uma verdadeira democracia passa, indubitavelmente, pelo fim do “coronelismo midiático”.
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Francisco Fernandes Ladeira é especialista em Ciências Humanas: Brasil, Estado e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor de Geografia em Barbacena, MG

domingo, 20 de abril de 2014

Cleptocracia: governado por ladrões

Diário da Manhã
André Junior
Ensina Calil Simão, que a corrupção política corresponde ao uso do poder público para proveito, promoção ou prestígio particular, ou em benefício de um grupo ou classe, de forma que constitua violação da lei ou de padrões de elevada conduta moral. Um estado de corrupção política desenfreada é conhecido como uma cleptocracia, o que literalmente significa "governado por ladrões". Um estado governado por políticos e líderes gatunos é um estado cleptocracia. O termo “cleptocracia” é de origem grega e num conceito mais simples é toda uma região ou país governado e administrado de forma a beneficiar financeiramente somente os governantes, por meio de desvios de verba e lavagem de dinheiro. Na prática, a nação deixa de pertencer  a governo de Estado de Direito, desrespeitando a constituição, as hierarquias de poderes e os direitos inerentes de cada cidadão. O poder passa a ser discricionário por parte de autoridades que tomaram o poder ou manipularam as eleições para se manterem no cargo. Segundo o biólogo norte-americano, Jared Diamond, há quatro maneiras do cleptocrata se manter no poder: - Desarmando o povo e se cercando de compassas; Destinando ao povo pequenos benefícios para iludi-lo e manter sua popularidade; - Utilizando o monopólio das armas e da guerra para a repressão; - Lançando uma ideologia política ou religião para justificar a instauração da cleptocracia. Toda corrupção política enfraquece as estruturas de uma sociedade e descuida dos reais problemas que um país enfrenta. A cleptocracia gera um clima de oportunismo e de esperteza entre as pessoas. A precária legitimidade do sistema político-representativo no Brasil deita raízes, em grau alarmante, nas fraudes à consciência dos cidadãos convocados às eleições. Entre as mais perversas, figuram as doações eleitorais que as pessoas jurídicas (empresas) fazem a candidatos e partidos para alçá-los ao poder. Os bem-sucedidos nos pleitos por efeito da derrama tornam-se vassalos dos doadores, agora investidos de crédito "moral" para exigir-lhes o patrocínio de privilégios. Fonte Pesquisa: OAB – Portanto Saul Quadros disse: Não é possível conviver-se com este estado de coisas, com o "faz de conta" de que nada está acontecendo ou aconteceu e, por isso mesmo, ninguém é punido. O processo de corrupção no Brasil espalhou-se por todo o território nacional. Organizou-se em núcleos poderosíssimos que se locupletam a fartar. O nível de apropriação (roubo) de recursos públicos chegou a níveis inimagináveis. É preciso instalar-se, no País, uma faxina ética em larga escala, doa em que doer. Não há espaços para a corrupção e comportamento cleptocrático para o homem de bem, o jovem idealista, o empresário correto, o autêntico líder sindical, o político sério e o juiz honrado. Inexiste a alternativa proposta para quem é decente, para quem acredita no Brasil, para quem deseja realmente que o povo brasileiro saia da miséria em que vive ou da dependência das "esmolas públicas", também instrumento de corrupção política e eleitoral. Saul que é Presidente da OAB – Bahia- indignado com a situação que se encontra o sistema político. Nos estados e no Distrito Federal o que acontece é: Nepotismo - Funcionários públicos fantasmas - Lavagem de dinheiro - Sonegação de impostos - Absolvição de colegas condenados - Foro privilegiado – Venda ou compra de voto - Troca de partido por favorecimento próprio - Sequestro de salários de assessores - Peculato – Clientelismo - Troca troca de favores obscuros - repressão de opositores políticos – extorsão - Formação de quadrilha - Coronelismo – Emendas na constituição favorecendo tramóias – Mensalão - Evasão de divisas - Corrupção ativa - Sobras de campanha – Negociatas com doleiros e empresários corruptos - Superfaturamento em obras – e tantos meios usados para apossarem do erário público, que não conseguimos definir ao todo. É Preciso mais quantos motivos para o eleitor ter amor, digo amor não ao País, que podem achar que é pedir muito, mas sim, amor pela família ou amor próprio, e deixar de eleger canalhas? Quando iremos cansar de sofrer? Somos únicos culpados de tudo, somos informados de tudo o que acontece de errado nos palácios Brasil a fora, e vamos ás urnas e deixamos sempre tudo como o antes e o agora. Fechamos os olhos pra tudo de errado, e não podemos lamentar o futuro, pois de dois em dois anos temos o mecanismo de mudar tudo e todos, e somos sempre omissos! Dirão os eleitores despreocupados com situação de calamidade que passa o País por falta de honestidade das excelências: - Não há político bom, sempre são os mesmos que os partidos políticos nos apresentam pra serem votados, fica difícil, são sempre os mesmos! Sim é verdade, então há uma solução pra esse modo de cleptocracia partidária, não vote em nenhum nome. Assim, sendo a maioria de votos brancos, obrigam os partidos apresentarem novos candidatos, só assim tiramos do poder esse bando de marginais que há muitos anos estão no poder cuidando somente de si e seus interesses, e envergonham nossa pátria! Enganam a gente pregando que o voto é nossa arma, mas na verdade a arma é deles, dos malfeitores. Portanto temos que usar nossa arma o “voto Branco”. Chega de engolir candidatos empurrados goela abaixo.
(André Junior, membro da UBE - União Brasileira de Escritores - Goiás)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Coronelismo e o Cangaço

O Coronelismo e o Cangaço foram fenômenos, politico e social, ocorrido na República Velha.

Coronelismo

Coronéis, era assim que eram chamados os latifundiários que influenciaram politicamente a população humilde.

O Coronelismo é originário dos tempos do Brasil Imperial e existe até aos dias de hoje.Cangaçeiro LampiãoOs Coronéis existiam principalmente no nordeste brasileiro na época da Republica Velha. Eram proprietários de extensas áreas de terras e de açudes de água.

O Coronel era uma espécie de Senhor Feudal que exercia grande autoridade sobre seus vassalos, no caso a população pobre.

Para o povo humilde do nordeste, restava apenas a miséria e a fome. Buscando amenizar seus sofrimentos, muitos nordestinos procuraram a ajuda dos coronéis. Em troca do auxilio prestado, os coronéis exigiam a consciência politica do povo.

Em tempos de eleições, eram os coronéis que escolhia quem os eleitores deveriam votar. Os capatazes do coronelismo, os chamados jagunços, entregavam para os eleitores as cédulas de voto já marcadas.

Essa forma de votação ficou conhecida como Voto do Cabresto. Uma vez eleito os coronéis escolhiam seus próprios parentes como funcionários públicos, o que garantia a continuidade da sua família no poder politico local.

Em 1930, o Coronelismo entrou em decadência com a subida de Getúlio Vargas ao poder brasileiro.

O Cangaço

O Cangaço foi um fenômeno social nascido em oposição ao Coronelismo.

O Cangaceiro era uma espécie de sertanejo que sobrevivia praticando atos fora da lei.

Cansados de serem explorados pelos ricos fazendeiros e viverem na miséria, muitos nordestinos se organizaram em bandos armados para praticar saques e atos de vandalismo.

Agindo como mercenários, os cangaceiros aceitavam dinheiro dos próprios coronéis que os contratavam para matarem os seus inimigos políticos.

Os cangaceiros matavam sem piedade todos aqueles que cruzavam seus caminhos. O mais famoso cangaceiro da história brasileira foi Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.

O Governo Brasileiro via o Cangaceiro como um ladrão, bandido, malfeitor e assassino. Já o povo pobre do nordeste tinha uma visão diferente. Para eles o cangaceiro era uma espécie de Robin Hood que roubava dos ricos para dar aos pobres.

Após a morte de Lampião e Maria Bonita, os bandos de cangaço foi desaparecendo gradativamente no final da década de 30.